Pr. David Silva

Pr. David Silva

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Um vício chamado orkut

Trabalho das então alunas de jornalismo Caroline Ferreira, Ana Paula Gonçalves e Bruna Lima apresentado na 1ª Jornada Científica de Alunos de Comunicação Social das Faculdade Juscelino Kubitscheck, em novembro de 2007 em Brasília.

Um vício chamado orkut: louco, ET, anti-social ou “Orkutolátra”?
Resumo


O presente artigo tem por objetivo analisar a dependência psicológica e a alienação de adolescentes brasileiros, como conseqüência ao estímulo causado por redes sociais como o Orkut. Este sistema funciona através da Interação Social, buscando conectar pessoas e proporcionar a comunicação forjando laços sociais. O Orkut é uma rede de amigos e foi criado em 2004, pelo Turco projetista do Google, Orkut Buyukokkten.

Introdução

Movido pela curiosidade, pela recompensa de fazer amigos, se conectar a outras pessoas, namoricos, sedução, por busca de status, visibilidade, os adolescentes brasileiros procuram esses sites de relacionamento (Orkut e MSN), com uma linguagem própria onde eles falam o que querem com verdades ou mentiras, porém, são atividades solitárias, onde acabam trocando a vida real, pela virtual.

O orkut manipula os adolescentes, pois quem não participa é considerado um ET, louco e anti-social, assim afirma os *Orkutolátras de plantão.

Todos sabem que faz mal, que causa dependência, os pais brigam, mas mesmo assim nenhum adolescente consegue se ver livre desse mal que ataca quase todo mundo. Será que eles resistem à tentação de ficar horas em frente ao computador?

Auto-estima

A valorização do “eu” através do número de amigos, fãs, depoimentos que não economizam elogios, podem ser explicadas porque esse sistema gerou indivíduos isolados, que procuram esses meios para ficar “popular” ou simplesmente para ser “visto”. O mundo em que vivemos está cheio de novas tecnologias e a supervalorização da imagem, o reconhecimento do outro, está diretamente ligada ao “eu” existir, o Orkut tem essa função de estabelecer ligações com o outro através de uma sociedade virtual.

São os tipos de signos que circulam nesses meios, os tipos de mensagens e processos de comunicação que neles se engendram os verdadeiros responsáveis não só por moldar o pensamento e a sensibilidade dos seres humanos, mas também por propiciar o surgimento de novos ambientes socioculturais. (Santaella, 2003, p. 24).

Redes Sociais

Com a ilusão de estarem conectados a milhares de pessoas, os usuários dessa rede procuram obter o número máximo de amigos permitido (1.000) e em alguns casos extremos criam fakes (orkut falso), para que através destes possam aumentar sua lista de amigos ou se auto-elogiar em seu scrapbook ou por meio de depoimentos. Há também casos em que esses fakes são criados apenas para “espionar” os outros usuários, mesmo que sejam pessoas desconhecidas.

Segundo GRANOVETTER as redes sociais permitem troca de afeto e informações entre as pessoas, podendo ser de laços fortes e de laços fracos. Laços fortes são as pessoas que estão em contato direto: família, amigos próximos, esta rede compõe-se de um grupo fechado do tipo "todos conhecem todos". Laços fracos seria a relação entre pessoas que possuem um intermediário comum. É uma rede em que nem todas as pessoas estabelecem um vínculo direto, mas se constrói através de um intermediário.

Insegurança

O orkut interfere muito na vida pessoal. Vários relacionamentos são colocados em risco por causa de scraps públicos, e mensagens indesejadas por ambas as partes.

Essa rede social não pode ser inteiramente responsabilizada pelas brigas dos casais, mas o design, e a forma de interação em que está projetado tornam os casais que sofrem de insegurança (ciúmes) ainda mais inseguros. O ciúme já existia antes do Orkut, mas agora ele tem mais motivos para se manifestar. O scrapbook é uma ferramenta poderosa nas mãos de quem quer causar ciúmes.

Fortalecimento da rede

O que acontece é que cada vez mais, os jovens estão envolvidos com essa falsa realidade, sem se preocupar com questões sociais tornando-se homens-massa (indivíduos isolados, atomizados, anônimos) e que não formam um pensamento crítico. A rede se fortalece, pois a sua mensagem ataca diretamente seu público, em sua maior parte, jovens sem opinião formada.

O orkut não é um meio que forma líder de opinião, mas um instrumento de manipulação nas mãos de pessoas sem senso crítico que definem como anti-sociais ou extraterrestres indivíduos que não se conectam a esse mundo. Cada indivíduo pensa e age diferente do outro, recebe uma educação diferenciada e muitos nem a recebem.

Onde estão os valores éticos? Por que a sociedade não adota uma postura mais critica em relação ao Orkut?

Em termos esse meio faz tão mal quanto mal quanto bem, de algum jeito ele ajuda na comunicação. Sabe-se que sem esta a sociedade não existe, é uma forma como o individuo se expressa. A forma como a comunicação é empregada no Orkut é que atrai os jovens, porém, pode levá-los a um estado irracional e sem perspectivas, vivendo apenas numa rede aberta para o mundo e fechada para o crescimento individual, transformando suas mentes e alienando seus pensamentos para coisas fúteis e irreais.
www.comunicacao.org.br/comrevista/index.php/jornada/article/viewArticle/14/43"

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

NOVELAS DA TV GLOBO AUMENTAM O NÚMERO DE DIVÓRCIO NO BRASIL

Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sugere uma ligação entre as populares novelas da TV Globo e um aumento no número de divórcios no Brasil nas últimas décadas.

Na pesquisa, foi feito um cruzamento de informações extraídas de censos nos anos 70, 80 e 90 e dados sobre a expansão do sinal da Globo – cujas novelas chegavam a 98% dos municípios do país na década de 90.

Segundo os autores do estudo, Alberto Chong e Eliana La Ferrara, "a parcela de mulheres que se separaram ou se divorciaram aumenta significativamente depois que o sinal da Globo se torna disponível" nas cidades do país.

Além disso, a pesquisa descobriu que esse efeito é mais forte em municípios menores, onde o sinal é captado por uma parcela mais alta da população local.

Instrução:

Os resultados sugerem que essas áreas apresentaram um aumento de 0,1 a 0,2 ponto percentual na porcentagem de mulheres de 15 a 49 anos que são divorciadas ou separadas.

"O aumento é pequeno, mas estatisticamente significativo", afirmou Chong.

Os pesquisadores vão além e dizem que o impacto é comparável ao de um aumento em seis vezes no nível de instrução de uma mulher. A porcentagem de mulheres divorciadas cresce com a escolaridade.

O enredo das novelas freqüentemente inclui críticas a valores tradicionais e, desde os anos 60, uma porcentagem significativa das personagens femininas não reflete os papéis tradicionais de comportamento reservados às mulheres na sociedade.

Foram analisadas 115 novelas transmitidas pela Globo entre 1965 e 1999. Nelas, 62% das principais personagens femininas não tinham filhos e 26% eram infiéis a seus parceiros.

Nas últimas décadas, a taxa de divórcios aumentou muito no Brasil, apesar do estigma associado às separações. Isso, segundo os pesquisadores, torna o país um "caso interessante de estudo".

Segundo dados divulgados pela ONU, os divórcios pularam de 3,3 para cada 100 casamentos em 1984 para 17,7 em 2002.

"A exposição a estilos de vida modernos mostrados na TV, a funções desempenhadas por mulheres emancipadas e a uma crítica aos valores tradicionais mostrou estar associada aos aumentos nas frações de mulheres separadas e divorciadas nas áreas municipais brasileiras", diz a pesquisa.


Fonte: BBC de Londres
Divulgação: juliosevero.com