Pr. David Silva

Pr. David Silva

sábado, 17 de novembro de 2007

AS DOENÇAS QUE MASI AFASTAM O TRABALHDOR DA TIVA

Doenças osteomusculares são as que mais afastam trabalhador

As doenças osteomusculares e as de transtornos de humor são as que mais causam afastamentos do trabalho. Os dados foram levantados pelo Laboratório de Saúde do Trabalhador da Universidade de Brasília (UnB), que analisou 26 milhões de registros de trabalhadores ao INSS.

De acordo com o ranking das doenças com mais afastamentos entre os anos de 2000 e 2004, as dorsopatias estão em primeiro lugar, em segundo os traumatismos do punho e da mão, em terceiro as tendinites e tenossinovites, em quarto os traumatismos de joelho e perna e em quinto, os transtornos de humor. Os gastos do governo com auxílio-doença foram de mais de R$ 12 bilhões em 2005.

fONTE: http://www.portalfisioterapia.com.br/fisioterapia/principal/conteudo.asp?id=2687

Carreiras cortadas

Por Cássia Almeida

Cinqüenta anos é a idade média em que mais de 200 mil trabalhadores brasileiros ficam inválidos no Brasil. De acordo com estudo inédito da professora e médica do trabalho da Universidade de Brasília (UnB), Anadergh Barbosa-Branco, com base nos números da Previdência Social, foram 228.058 casos em 2004, número 23% superior às 185.298 aposentadorias de 2003. Doenças cardíacas, as osteomusculares (problemas de coluna, de inflamação nos tendões e outros), as mentais (esquizofrenia, depressão) e os acidentes de trabalho são as principais causas encontradas no estudo.

— Mesmo que não exista o reconhecimento da relação com o trabalho na esmagadora maioria dos casos, os trabalhadores desenvolvem doenças cardíacas, por exemplo, bem mais cedo. O trabalho tem um papel importante. O calor aumenta a pressão arterial, assim como o estresse — explica Anadergh.

Mas a preocupação principal, segundo a médica, é com as doenças osteomusculares e os acidentes. Nesses casos, a aposentadoria acontece mais cedo. Entre os homens, o abandono precoce do trabalho por problemas de coluna e outros similares acontece aos 47 anos, enquanto nos casos de lesões e envenenamento, a média cai para 45 anos.
— Além do dano para o trabalhador, há o custo. Ele pára de contribuir 15 anos antes do previsto.

Gasto anual passa de R$ 1,7 bilhão
Pelas contas da professora da UnB, o país gastou cerca de R$ 1,73 bilhão em 2004 para cobrir as aposentadorias por invalidez.

— Muitas doenças que incapacitam o trabalhador não interferem no ciclo de vida. Além disso, com os casais optando por ter filhos mais tarde, a pensão continua sendo paga aos herdeiros até os 21 anos. É uma bola de neve do ponto de vista econômico — alerta.

A coordenadora de Benefícios para Incapacidade do INSS, Teresa Cristina Santos Maltez, explica que essa alta de 23% de um ano para o outro tem dois motivos principais. O primeiro é uma política adotada pelo instituto de aposentar os trabalhadores que já estão há muito tempo em auxílio-doença:
O segundo fator está ligado à falta de tratamento adequado de doenças crônicas, como as cardíacas.

— Muitas pessoas com doenças crônicas não têm acesso ao tratamento adequado no tempo certo. Isso acaba agravando o estado clínico e levando à aposentadoria precoce — diz Teresa.

— A hipertensão arterial controlada não afasta do trabalho, mas a falta de tratamento leva a doenças cardíacas, renais, vasculares e aos derrames.
Para a médica, o que chama a atenção é que as doenças são possíveis de se prevenir ou controlar:
— Um bom sistema de saúde pública e educação para saúde poderiam amenizar a situação.

Cegueira entre as maiores causas

A cegueira incapacitou 5.585 trabalhadores em 2003. Situação vivida desde 1999 pelo petroleiro Silvio Carvalho Drumond, hoje com 52 anos. Um acidente na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) levou a visão e as pontas dos dedos do operador de transferência e estocagem no dia 27 de julho de 1999. O acidente aconteceu no Parque de GLP. Houve vazamento de gás e Drumond ligou o carro provocando a explosão:

— Não percebi o vazamento. A gente acaba se acostumando com o cheiro de gás. Havia um sensor de gás que não estava funcionando. Quando saí do carro, estava cercado por uma cortina de fogo. A única saída foi passar por ela. Queimei 55% do corpo. Passei três meses e 16 dias no hospital e já fiz cinco cirurgias. Até hoje, vivo acompanhado o dia inteiro por uma enfermeira — conta Drumond.

LER e acidentes são os casos mais comuns provocados pelo trabalho
Prevenção individual e nas empresas

ATIVIDADE FÍSICA É unânime entre os especialistas a opinião de que a atividade física diminui o estresse. Assim, permite que doenças como as osteomusculares, as cardíacas e as depressões não se desenvolvam facilmente. Caminhadas, natação, hidroginástica são algumas das atividades indicadas para o trabalhador e não dependem de mudanças na organização do trabalho. O sedentarismo é apontado como um das principais causas dos problemas cardíacos:

— Principalmente entre as mulheres que entraram no mercado e acabaram adquirindo doenças mais comuns nos homens — diz a professora da UnB Anadergh Barbosa-Branco.
REEDUCAÇÃO: Na musculação, o trabalhador deve pedir ao professor de educação física a elaboração de um programa para fortalecer as partes do corpo mais exigidas durante o trabalho, como braços e mãos. O alongamento e a Reeducação Postural Global (RPG) são outros exercícios aconselháveis para as pessoas que ficam muitas horas em pé ou sentadas.

PARADAS: Se a organização do trabalho permitir, os especialistas aconselham que, a cada hora, o trabalhador dê uma parada e faça um alongamento rápido.

EQUIPAMENTOS: Mesmo que a empresa não forneça os apoios para antebraço no teclado, o equipamento é barato. O filtro para o monitor também é útil. São dois equipamentos baratos que ajudam na prevenção.

GINÁSTICA LABORAL: Se a empresa oferecer ginástica laboral, o trabalhador deve aderir. É mais uma forma de prevenção, inclusive as terapias alternativas, como o shiatsu.

ALIMENTAÇÃO: Os médicos também aconselham a pessoa a adotar uma alimentação saudável e evitar bebidas e cigarros. São agravantes das situações de estresse que o trabalhador vive no dia-a-dia.

PROTEÇÃO: Os trabalhadores devem exigir que a empresa forneça os equipamentos de proteção individual nas atividades mais arriscadas. (Cássia Almeida).

Fonte: O Globo

http://www.sindicatomercosul.com.br/noticia02.asp?noticia=28829

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