Estresse podem ter impacto importante nos abortos por causas desconhecidas.
Segundo estudo, é mito que grávidas esbanjam alegria e felicidade.
A depressão durante a gravidez é uma das principais causas não-reconhecidas dos partos prematuros, que podem levar à morte e a graves doenças infantis, segundo um estudo do Instituto de Psiquiatria do King's College de Londres apresentado nesta terça-feira (03).
O relatório, obra da psiquiatra pré-natal Veronica O'Keane, relaciona o excesso de estimulação dos hormônios do estresse durante a depressão com grande parte dos 30% de partos prematuros cujas causas médicas são desconhecidas.
Esses nascimentos antes do tempo podem levar à morte dos recém-nascidos e, caso sobrevivam, os bebês podem ser vulneráveis a infecções ou a desenvolver baixa pressão sanguínea, anemia e icterícia.
É um "mito absoluto" que as grávidas esbanjem saúde e felicidade durante a gestação, afirmou O'Keane, que assegurou que é mais provável que a depressão afete uma mulher grávida que depois do parto. Segundo a psiquiatra, pelo menos a metade dos casos de depressão pós-parto tem sua origem durante a gravidez.
O'Keane assinalou o hormônio cortisol, que produz o estresse, e o hormônio que libera a corticotropina como dois atores principais do processo de desenvolvimento dos órgãos dos fetos. Durante a gravidez, a mulher libera grandes quantidades de corticotropina na placenta para regular o hormônio cortisol, sem o qual os órgãos do bebê não poderiam se desenvolver de maneira apropriada.
Quando os níveis hormonais chegam muito rapidamente a seu máximo, os órgãos do bebê se desenvolvem rapidamente e o cérebro termina sendo menor do que o devido, além de provocar o parto prematuro. "Cada órgão do corpo se vê envolvido, mas o cérebro parece receber mais lesões", explicou O'Keane, que defendeu que se dê mais atenção à depressão durante a gravidez para evitar danos posteriores aos bebês.
Fonte: g1.globo.com
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