Pr. David Silva

Pr. David Silva

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

VIOLÊNCIANO QUÊNIA MATOU MAIS DE 300, DIZEM GRUPOS LOCAIS

NAIRÓBI (Reuters) - Mais de 300 pessoas morreram durante confrontos no Quênia que se seguiram à polêmica eleição de 27 de dezembro, disseram grupos de defesa dos direitos humanos locais.

"De acordo com diferentes fontes independentes, mais de 300 pessoas foram mortas desde as eleições de 27 de dezembro de 2007", afirmaram a Comissão de Direitos Humanos do Quênia (KHRC, na sigla em inglês) e a Federação Internacional pelos Direitos Humanos (FIDH).

O governo do presidente Mwai Kibaki acusou na quarta-feira os defensores do rival Raila Odinga pela explosão de violência que tomou conta do país após o anúncio da reeleição de Kibaki no pleito presidencial.

"Partidários de Raila Odinga estão envolvidos em limpeza étnica", disse Alfred Mutua, porta-voz do governo. "Não queremos que isso manche a reputação de Odinga, que ele seja visto como responsável pela condução de limpeza étnica."

Os simpatizantes de Odinga, especialmente da tribo luo, já fizeram acusações semelhantes contra Kibaki, cujo grupo, os kikuyus, domina a política e a economia da maior potência africana.

Países ocidentais pediram calma.

"Há relatos independentes de sérias irregularidades no processo de apuração", disseram o ministro das Relações Exteriores britânico, David Miliband, e a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, em comunicado conjunto, sobre a eleição do dia 27 de dezembro. Eles pediram o fim da violência e o início de um "processo político e legal" para acabar com a crise.

Kibaki está sendo acusado de fraude eleitoral.

A turbulência provocou atrasos e confusão nos mercados locais. Leilões de café e de chá foram adiados.

Na terça-feira, em que os kikuyus morreram, quando a igreja em que eles tinham se abrigado foi incendiada, na cidade de Eldoret, fazendo lembrar os massacres em igrejas que marcaram o genocídio de 1994 em Ruanda. O ataque de Eldoret foi um dos piores episódios da onda de violência que já desalojou quase 100 mil quenianos, que em boa parte fugiram para Uganda.

Em meio ao caos, houve informações de que o chefe da comissão eleitoral queniana, Samuel Kivuitu, teria questionado a vitória de Kibaki. Foi Kivuitu quem anunciou no domingo a vitória de Kibaki. Não havia sido possível confirmar a declaração.

Países do Ocidente advertiram seus cidadãos a evitar o Quênia, uma popular atração turística. O país era considerado uma das democracias mais estáveis da África.

O presidente da União Africana, John Kufuor, era esperado no Quênia na quarta-feira, e o premiê britânico, Gordon Brown, fazia a mediação por telefone.

(Reportagem adicional de Nicolo Gnecchi, Helen Nyambura-Mwaura, George Obulutsa, Daniel Wallis, Antony Gitonga, Bryson Hull)
Por Daniel Wallis e Katie Nguyen
Notícias UOL

Fonte: http://www.meg.org.br/wmview.php?ArtID=256

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